Por Kelrim Fernandes Vieira Neto
São muitas as diferenças entre as vacinas das redes pública e privada de vacinação e o acesso à informação é a melhor ferramenta para que todos tenham a opção de fazer a melhor escolha, de acordo com as prioridades e possibilidades de cada um.
Saiba mais em: Por que investir em vacinas particulares?
Para exemplificar melhor essas diferenças, comparamos individualmente as vacinas disponíveis no SUS e as vacinas específicas da rede particular:
DTPw (Tríplice Bacteriana infantil) e Pentavalente de células inteiras X DTPa/dTpa (Tríplice Bacteriana infantil/adulto), Pentavalente/Hexavalente acelular
Pelo SUS estão disponíveis vacinas nas quais são utilizadas células inteiras inativadas do componente pertussis (coqueluche), enquanto na rede privada são ofertadas vacinas onde o componente pertussis é acelular ou proteico. Essa alteração faz com que as reações vacinais sejam menos frequentes nas vacinas acelulares.
Além disso, nas vacinas combinadas Pentavalente/Hexavalente acelular, a Poliomielite faz parte da composição das vacinas, diferente da rede pública, onde a VIP (Vacina Injetável da Poliomielite) é aplicada separadamente da Pentavalente de células inteiras. Isso faz com que seja necessário dar uma picada de agulha a mais nos bebês vacinados no SUS.
Rotavírus Monovalente X Rotavírus Pentavalente
A vacina do SUS confere proteção contra um tipo de rotavírus (monovalente) e é ministrada em duas doses (aos 2 e aos 4 meses). A vacina da rede privada, por sua vez, confere proteção contra 5 tipos de rotavírus (pentavalente), sendo aplicada em três doses (aos 2, 4 e 6 meses), idealmente. Dessa forma, os bebês vacinados na rede privada ficam mais protegidos contra doenças diarreicas agudas.
Pneumocócica 10Valente X Pneumocócica 13Valente
Na rede pública temos a disponibilidade da vacina Pneumocócica 10Valente (que protege contra 10 tipos de pneumococos), sendo aplicadas geralmente duas doses (aos 2 e 4 meses) seguidas de reforço (aos 12 meses). A rede privada, por outro lado, oferece a vacina Pneumocócica 13Valente, que é aplicada em três doses (aos 2, 4 e 6 meses) seguidas de reforço (entre 12–15 meses).
O esquema ampliado sugerido pela SBIm oferece maior taxa de proteção (esquema com 3 doses + reforço) e maior amplitude de proteção (13 cepas de pneumococo). O número de doses varia de acordo com a idade em que está sendo iniciado o esquema vacinal.
Meningocócica C X Meningocócica ACWY e Meningocócica B
A meningocócica C é disponibilizada no SUS, em duas doses (aos 3 e 5 meses) + reforço (aos 12 meses). Mais recentemente a rede pública passou a disponibilizar a vacina meningocócica ACWY como reforço em adolescentes com idade entre 11 e 14 anos.
A rede privada trabalha com duas vacinas meningocócicas, possibilitando a proteção mais ampla contra as doenças meningocócicas, sendo elas: Meningocócicas B e Meningocócicas ACWY, aplicadas geralmente em duas doses (aos 3 e 5 meses) + reforço (entre 12 – 15 meses) – o número de doses das vacinas meningocócicas varia de acordo com a idade que está iniciando o esquema vacinal.
Hepatite A
Aplicada na rede pública como dose única (aos 15 meses). A rede privada segue orientação da SBIm, indicando a aplicação da vacina em duas doses, com intervalo de 6 meses entre as doses, como forma de aumentar a taxa de resposta à vacina.
Varicela (Catapora)
A varicela é ofertada tanto na rede pública quanto na privada, em duas doses. O que difere é a recomendação do esquema de doses. Na rede pública, aplica-se a primeira dose aos 15 meses de idade e a segunda dose, entre 4 e 6 anos de idade. Já na rede privada, recomenda-se a aplicação das duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas, a partir dos 12 meses de idade.
HPV
A rede pública oferece duas doses da vacina contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Já na rede privada, a vacina de HPV é oferecida para todas as pessoas entre 9 e 45 anos. O número de doses varia de acordo com a idade de quem está iniciando o esquema vacinal.
Influenza Trivalente X Influenza Quadrivalente
Em ambos os serviços, a vacina da gripe é atualizada anualmente com as cepas virais de maior circulação no ano anterior. Vacinas ofertadas na rede pública apresentam cobertura contra 03 cepas do vírus (vacina trivalente – sendo duas cepas de vírus A e uma cepa de vírus B). Já as vacinas ofertadas na rede privada, são quadrivalentes (duas cepas de vírus A e duas cepas de vírus B), oferecendo proteção mais ampla contra 04 cepas virais. Além disso, após a distribuição das vacinas, as clínicas particulares realizam a aplicação em todas as faixas etárias superiores a 06 meses de idade, diferente dos postos, que realizam campanhas por faixa etária e risco de adoecimento.
Herpes Zóster
Disponível somente na rede privada, oferece proteção contra a ocorrência e as complicações dessa doença que é mais frequente com envelhecimento, principalmente após 60 anos de idade
Atendimento diferenciado: cuidado individualizado e maior controle de qualidade
Outro ponto importante que, muitas vezes, diferencia o cuidado oferecido nas redes privada e pública é a qualidade do atendimento. Profissionais que atuam na rede privada de vacinação são constantemente atualizados, visando oferecer atendimento individualizado e humanizado, melhorando a experiência vivida durante a vacinação. Além disso, as vacinas da rede privada são apresentadas de forma individual (não são usados frascos multidoses – comuns na rede pública), o que diminui a manipulação do produto, variação de temperatura e minimiza a possibilidade de erros de aplicação.
–
Confira também: Calendário Vacinal SBIm 2022/2023 – Do nascimento à terceira idade
–
Referências:
- BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Imunização. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao. Acesso em: 09/02/2023.
- SBIm. Sociedade Brasileira de Imunização. Calendários de Vacinação. Disponível em: https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao. Acesso em: 09/02/2023.