A importância do controle de infecções hospitalares
Casal de médicos higienizando as mãos

Hospitais são instituições complexas, em que uma série de fatores deve ser observada para garantir o sucesso do tratamento dos pacientes. Uma dessas medidas é a atenção quanto às infecções relacionadas à assistência hospitalar, também conhecidas como infecções hospitalares. 

Profissionais de saúde, gestores e autoridades sanitárias têm papel fundamental em evitar que elas ocorram, bem como a população deve se conscientizar sobre esse grave problema de saúde pública. 

Essas medidas ganharam ainda mais atenção após a pandemia do novo coronavírus, já que os hospitais e demais centros de saúde ficaram repletos, com muitos pacientes vulneráveis a novas infecções, o que colocou em xeque a capacidade e a forma dos hospitais de lidarem com essas questões. 

Neste artigo, você vai entender a importância do controle das infecções hospitalares e conhecer as principais medidas para a prevenção desse problema.

Acompanhe!

A importância do controle das infecções hospitalares

O simples ato de lavar as mãos pode salvar vidas. Foi isso que o médico obstetra húngaro Ignaz Semmelweis defendeu ao estabelecer – no dia 15 de maio de 1847 – essa medida como prática obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias.

Esse cuidado proporcionou uma redução significativa na taxa de mortalidade dos pacientes. Entretanto, os dados atuais ainda são alarmantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de cada 100 pacientes sob cuidado intensivo em hospitais, sete em países de alta renda e 15 nos de baixa e média renda adquirem alguma infecção associada à internação hospitalar. Dos quais, em média, 10% evoluem para óbito. 

👉Conhecidas como IRAS (infecção relacionada à assistência em saúde), as infecções hospitalares podem ser definidas como qualquer infecção adquirida pelo paciente após a admissão no hospital, que se manifesta ainda na internação ou mesmo após a alta, desde que esteja relacionada aos procedimentos adotados no hospital. Normalmente, essas infecções são provocadas por bactérias, mas também podem estar relacionadas a vírus, , fungos ou protozoários.

Apesar de qualquer pessoa estar sujeita a um quadro de infecção hospitalar, pacientes com sistema imunológico fragilizado correm mais riscos, como no caso dos idosos, recém-nascidos, portadores de doenças imunossupressoras (como o HIV) ou crônicas (diabetes, hipertensão arterial, neoplasias, doenças pulmonares ou renais), transplantados e aqueles que vão realizar cirurgia ou necessitam de dispositivos invasivos.

Isso porque as principais causas dessas infecções são justamente a queda do sistema imune (seja por doença ou uso de medicamentos), a realização de procedimentos invasivos que envolvem a passagem de cateter ou sondas, assim como biópsias, endoscopias ou cirurgias, que rompem a barreira de proteção da pele ou mucosas. 

Veja também – Meningite: como se pega? Quem corre mais risco?

Tipos de infecção hospitalar

As infecções hospitalares costumam ser classificadas em quatro tipos, conforme o microrganismo causador e a forma de entrada no organismo. São elas:

➜ Endógena: a infecção é causada pelo desenvolvimento de microrganismos da própria pessoa, possivelmente pelo sistema imune enfraquecido do paciente.

➜ Exógena: causada por um agente infeccioso que não faz parte da microbiota do paciente e pode ter sido contraído por alimentos contaminados, contato com as mãos de profissionais de saúde ou devido a procedimentos médicos.

➜ Cruzada: quando a transmissão de microrganismos acontece entre pessoas internadas no mesmo ambiente.

➜ Inter-hospitalar: infecções levadas de um hospital para outro, seja por transferência ou uma nova internação após a alta.

Infecções mais frequentes

As infecções mais frequentemente adquiridas em ambiente hospitalar são:

➜ Infecções respiratórias: a pneumonia contraída dentro do hospital costuma ser grave e tem maior probabilidade de atingir pacientes em uso de equipamentos para auxiliar na respiração.

➜ Infecção urinária: infecções urinárias no ambiente hospitalar podem atingir qualquer paciente, mas é mais comum naqueles que necessitam de sonda vesical (também chamada cateter urinário) durante seu período de internação

➜ Infecção de pele e tecido subcutâneo: ocorre especialmente por conta da necessidade de procedimentos como acesso venoso, tanto para coleta de amostras ou para administrar medicações. Além disso, cicatrizes de cirurgia ou biópsia e escaras de decúbito também podem favorecer esse tipo de infecção.

➜ Infecção da corrente sanguínea (sepse): As infecções de corrente sanguínea ocorrem quando microrganismos invadem a corrente sanguínea a partir de um foco primário ou secundário de infecção. O foco primário pode ser um dispositivo intravascular, como um cateter periférico ou central, que facilita a entrada de germes no sangue. O foco secundário pode ser uma infecção em outro órgão ou tecido, como uma pneumonia ou uma infecção urinária, que se dissemina pelo sangue. Essas infecções podem causar sérias complicações, como septicemia, falência de órgãos e morte. 

As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) podem ocasionar sérias consequências ao paciente e também prejuízos ao hospitais e operadoras de saúde, como:

➜ Aumento das doenças graves: pela condição dos pacientes atingidos, infecções hospitalares muitas vezes levam a quadros clínicos graves. Diversos casos envolvem a contaminação por microrganismos resistentes a antimicrobianos e atingem sítios sensíveis, como pulmões, rins e  corrente sanguínea.

➜ Maior tempo de internação: infecções e complicações podem levar a um maior tempo de internação para os pacientes, o que aumenta o desconforto e acarreta novas demandas (de pessoal e estrutura) para os hospitais. Por outro lado, o aumento do tempo de internação também é um fator que predispõe a ocorrência de novas infecções ou outras complicações relacionadas à assistência.

➜ Aumento dos custos de tratamento: o prolongamento da internação do paciente que contraiu uma infecção hospitalar consequentemente faz com que os custos para seu tratamento e cura sejam significativamente maiores.

➜ Mortes evitáveis a Associação Médica Brasileira estima que mais de 45 mil brasileiros morrem todos os anos devido a infecções relacionadas à assistência. Já para a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número pode chegar a até 100 mil por ano.

Principais medidas de controle de infecções relacionada à assistência hospitalar

Medidas de redução de risco de aquisição de uma infecção em ambiente hospitalar são essenciais para garantir a qualidade da assistência e a segurança dos pacientes atendidos nessas instituições. Algumas medidas contribuem muito para esse controle. Veja as principais:

1. Higienização das mãos

As mãos são um dos principais meios de transmissão de microrganismos nos hospitais. Por isso, a higienização é fundamental e deve ser adotada tanto por profissionais de saúde quanto por pacientes, acompanhantes e visitantes.

A higiene deve ser frequente e pode ser feita com água e sabão ou álcool gel 70º. Essa é a medida mais simples e mais eficaz para controle de infecções relacionadas à assistência. 

De acordo com a OMS, a higiene das mãos deve ser sempre realizada nos cinco momentos a seguir: 

⇨Antes de ter contato com pacientes;

⇨Antes de realizar procedimentos assépticos;

⇨Após risco de exposição a fluidos corporais;

⇨Após contato com pacientes;

⇨Após contato com as áreas próximas a pacientes.

2. Limpeza e desinfecção de superfícies

Uma medida importante, voltada para profissionais e colaboradores do setor de saúde, é o estabelecimento de normas e rotinas para limpeza e desinfecção de superfícies, principalmente em áreas críticas, como UTIs, berçários e centros cirúrgicos, determinando a frequência e os tipos de produtos utilizados.

É preciso salientar que a limpeza remove substâncias minerais e orgânicas visíveis a olho nu, como poeira e gordura. Já a desinfecção tem por objetivo eliminar os microrganismos presentes nas superfícies.

3. Precauções de barreira

As precauções de barreira ou medidas de isolamento são importantes para controlar o risco de disseminação de doenças infecto-contagiosas, protegendo  outros pacientes, familiares e profissionais de saúde de contaminação cruzada.

Entre as doenças que exigem alguma forma de isolamento estão tuberculose, Covid-19, varicela e sarampo.

Os quatro principais tipos de precauções de barreira usadas em hospitais são definidas como: 

➜ Precaução padrão: cuidados básicos aplicados no atendimento de todos os pacientes, como usar paramentação adequada (luvas, jalecos, toucas),  lavar as mãos corretamente e realizar a desinfecção de superfícies 

➜ Precaução de contato: inclui medidas adicionais, como quarto privativo e restrição de visitação. Aplica-se  a pacientes com doenças que podem ser transmitidas via contato direto ou indireto, como algumas infecções de pele. 

➜ Precaução respiratória por gotícula: inclui a necessidade de usar máscara cirúrgica e limitar a quantidade de pessoas. É destinado a doenças que podem ser transmitidas via partículas respiratórias maiores, como gripe e meningite bacteriana.

➜ Precaução respiratória por aerossol: isolamento mais rigoroso, destinado aos pacientes que podem transmitir doenças por meio de gotículas menores, como é o caso da tuberculose e do sarampo. Faz-se necessário o uso de máscaras como a PFF2. 

4. Uso cuidadoso de antimicrobianos

Os antimicrobianos são medicamentos que cobrem um amplo espectro de agentes infecciosos: bactérias, fungos, protozoários e até mesmo vírus. Eles agem inibindo o crescimento ou causando a destruição desses microrganismos.

Entretanto, o uso inadequado dessas drogas pode selecionar microrganismos resistentes, como no caso das chamadas bactérias multirresistentes. Isso faz com que o indivíduo não responda mais ao tratamento de forma satisfatória e ainda  aumenta o risco de a infecção se espalhar para outros pacientes ou profissionais.

As orientações para uso cuidadoso desses medicamentos visam evitar que eles sejam administrados sem necessidade.

5. Entrada de alimentos e objetos

A entrada de alimentos, bebidas e alguns itens, como as flores, devem ser evitados no ambiente hospitalar. Isso porque existem doenças que podem ser transmitidas devido à manipulação inadequada desses itens.

Essa medida tem como objetivo impedir que microrganismos alcancem pacientes debilitados ou com baixa imunidade.

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O controle de infecções hospitalares é um tema extremamente amplo e complexo. Mas, como vimos, com medidas simples – porém cumpridas de forma rigorosa e contínua – é possível garantir mais segurança para pacientes e profissionais em ambiente hospitalar.

A Target Medicina de Precisão é parceira de hospitais e da população, fornecendo um variado leque de exames e vacinas para doenças infecciosas e, por isso, entende a importância desse cuidado.

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