Clamídia e Gonorreia são infecções causadas por diferentes bactérias e transmitidas principalmente por meio do contato sexual sem proteção; ou seja, são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Essas infecções podem atingir tanto homens quanto mulheres. Enquanto os sintomas da clamídia e da gonorreia são mais comuns em homens, a população feminina é geralmente assintomática. Ainda assim, essas condições podem causar graves complicações, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente.
Dessa forma, é imprescindível que os exames para detecção das infecções sejam rápidos e precisos.
Neste artigo, você vai saber mais sobre os perigos da clamídia e da gonorreia e conhecer as melhores formas de prevenção e diagnóstico dessas infecções.
Acompanhe!
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Clamídia e gonorreia: o que você precisa saber?
Clamídia e gonorreia são infecções sexualmente transmissíveis, que podem atingir tanto homens quanto mulheres e afetam principalmente os órgãos genitais, assim como a garganta e os olhos.
Muitas vezes, as duas infecções estão associadas. Entretanto, são causadas por diferentes bactérias. Enquanto a clamidiose (termo que designa a doença) é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, a gonorreia vem da bactéria Neisseria gonorrhoeae.
Embora se saiba que são doenças com uma prevalência muito grande, o fato de não serem de notificação compulsória torna difícil mensurar o número de casos no Brasil. Porém, estima-se que a cada ano surjam quase 2 milhões de novas infecções por Chlamydia trachomatis, e cerca de 1,5 milhão por Neisseria gonorrhoeae no país.
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Como se pega? Como prevenir?
A clamídia e a gonorreia são infecções transmitidas principalmente por meio de relações sexuais sem proteção, sendo importante saber que a transmissão pode ocorrer mesmo que a pessoa infectada não apresente sintomas. Portanto, é possível que uma pessoa tenha a infecção e não saiba, facilitando a transmissão da doença para novos parceiros.
Vale lembrar que a transmissão dessas infecções pode acontecer apenas com contato com secreções genitais.
Geralmente a probabilidade de homens transmitirem a bactéria para mulheres é maior que a deles de serem contaminados pela parceira.
Considera-se, como grupos de risco para infecção por clamídia ou gonorreia, indivíduos jovens, com novos parceiros sexuais e com uso irregular de preservativos.
Outra possível via de transmissão da clamídia e gonorreia é a congênita, ou seja, da mãe para o bebê durante o parto ou a gestação, quando a infecção não é identificada e tratada no período da gravidez.
A maneira mais eficiente de se prevenir contra essas infecções sexualmente transmissíveis é o uso de preservativos (camisinha feminina ou masculina) em todas as relações sexuais.
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Sintomas da clamídia
Segundo o Ministério da Saúde, entre 70% e 80% dos casos de clamídia não apresentam qualquer tipo de sintoma. Quando surgem, os sinais costumam ser diferentes em homens e mulheres.
Os principais sintomas da clamídia nas mulheres são:
- 👉 corrimento vaginal amarelado ou claro;
- 👉 sangramento espontâneo entre os períodos menstruais;
- 👉 dor ou sangramento durante as relações sexuais;
- 👉 dor ou ardência ao urinar;
- 👉 dor na parte inferior da barriga.
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Já nos homens, os sintomas mais comuns da infecção incluem:
- 👉 ardência ao urinar;
- 👉 corrimento uretral, com possível presença de pus;
- 👉 dor nos testículos.
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Sintomas da gonorreia
Assim como acontece com a clamídia, a gonorreia também costuma ser assintomática em mulheres, que geralmente descobrem a infecção somente no momento de realizar exames ginecológicos de rotina. No entanto, quando sintomática, pode ocorrer cervicite (inflamação do colo do útero) e sintomas semelhantes aos causados pela clamídia.
Já nos homens, os sintomas são mais frequentes e podem surgir, em média, entre 2 e 5 dias após a contaminação. Dentre eles, destaca-se a uretrite gonocócica.
Os principais sintomas da gonorreia são:
- 👉 dor ou ardência ao urinar;
- 👉 incontinência urinária;
- 👉 corrimento amarelo-esverdeado, com possível presença de pus;
- 👉 febre e sintomas de uma infecção sistêmica.
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A gonorreia também pode causar sintomas no reto, quando há relação sexual por via anal, que incluem coceira, sangramento, obstrução do canal anal e secreção. Da mesma forma, nos casos que há relação sexual por via oral, a infecção pode provocar inflamação na garganta, a chamada faringite gonocócica.
Tanto a Chlamydia trachomatis quanto a Neisseria gonorrhoeae podem causar conjuntivite no recém-nascido (oftalmia neonatal), quando transmitida durante o parto. Em alguns casos, pode levar à cegueira.
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Quais riscos elas trazem?
Clamídia e Gonorreia são infecções que, se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem causar sérias complicações tanto em homens quanto em mulheres. Isso porque a bactéria pode continuar se multiplicando pelo corpo e, assim, atingir outros órgãos, além do sistema genital.
Nas mulheres, essas infecções (que geralmente são assintomáticas) podem provocar doença inflamatória pélvica (DIP), inflamação nos órgãos reprodutivos – como útero, trompas e ovários – que aumenta o risco de gravidez ectópica, peritonite, infertilidade e dor pélvica crônica.
Nos homens, a clamídia e gonorreia não diagnosticadas e tratadas precocemente podem causar epididimite (inflamação do epidídimo, duto responsável por armazenar os espermatozóides), inflamação da próstata e até infertilidade.
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Painéis moleculares para clamídia e gonorreia: a melhor opção!
Os diagnósticos – precisos e precoces – de clamídia e gonorréia são importantes para evitar que possíveis complicações aconteçam.
Pelo fato de serem doenças frequentemente assintomáticas, o diagnóstico baseado apenas em observações clínicas é muito difícil e, mesmo quando os sinais são visíveis, podem ser semelhantes aos de outras ISTs. Portanto, o diagnóstico laboratorial é fundamental, inclusive em programas de rastreio.
Durante muito tempo a cultura microbiana foi o método diagnóstico preferencial, tanto para clamídia como para gonorreia. Entretanto, para ambas as bactérias, é um método que tem limitações importantes, como o tempo em que se tem o resultado e condições para manter a amostra viável.
Outros testes foram sendo incorporados, principalmente para o diagnóstico de clamídia, como sorologia e testes de detecção antigênica. Essas metodologias apresentam vantagens sobre a cultura em relação à velocidade de obtenção dos resultados, porém com menor sensibilidade e especificidade.
Atualmente, os testes de biologia molecular, como o PCR em tempo real, são considerados os mais adequados para o diagnóstico de clamídia e gonorreia, por razões como:
- 👉 Maior capacidade de identificação, tanto dos casos sintomáticos quanto dos assintomáticos.
- 👉 Permitirem a análise de uma maior variedade de amostras, como urina, secreções cervicais, vaginais, anais e orais.
- 👉 Menor tempo para realização do exame, com os resultados que podem ser liberados em poucas horas após a coleta.
Atualmente os testes de PCR para clamídia e gonorreia são os mais recomendados para triagem em pessoas assintomáticas. A recomendação internacional é que sejam testadas todas as mulheres abaixo de 25 anos com vida sexual ativa. Já os homens e mulheres acima de 25 anos devem se testar se tiverem os fatores de risco para a infecção.
As recomendações do Ministério da Saúde do Brasil são para rastreio de homens e mulheres até os 30 anos de idade e com vida sexualmente ativa, gestantes com menos de 30 anos de idade na primeira consulta pré-natal, pessoas com outras ISTs e pessoas vivendo com HIV no momento do diagnóstico, além de outras pessoas em situações de risco.
Chama a atenção o fato dessas recomendações serem pouco conhecidas e seguidas em nossa realidade.
A coleta desses exames pode ser realizada em consultório médico, por meio de swab vaginal, uretral ou anal, mas também é possível a realização de autocoleta, tanto de urina, para homens e mulheres, como de secreção vaginal, com uso de coletores específicos.
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