Por Kelrim Fernandes Vieira Neto
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Vacinas são ferramentas seguras e eficazes de promoção da saúde que garantem a prevenção de diversas doenças infecciosas e de suas possíveis sequelas. No Brasil, podem ser acessadas gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS) e também através das redes privadas de vacinação.
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Mas, afinal, o que justifica a existência desses dois tipos de serviço para o fornecimento de vacinas? Qual a diferença entre o que é oferecido pelo setor público e o setor particular de imunização? Qual o sentido de investir financeiramente em vacinas diferentes das disponibilizadas gratuitamente no posto de saúde?
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A resposta para essas questões perpassa pelos interesses distintos que norteiam a definição de quais vacinas estarão disponíveis em cada um desses dois tipos de serviço:
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A rede pública de vacinação segue as diretrizes do Programa Nacional de Imunização (PNI) que visa atender, principalmente, os interesses coletivos da população. Para isso, leva em consideração dados estatísticos e epidemiológicos de saúde pública em geral (como mortalidade, índice de hospitalização, principais vírus/bactérias circulantes, ocorrência de surtos de adoecimento, entre outros) para disponibilizar vacinas, considerando sempre os limites do orçamento destinado para tal.
Nesse contexto de recursos limitados, é necessário fazer escolhas que maximizem o impacto benéfico dos imunizantes na saúde global da população. Assim, na rede pública, muitas vezes, são disponibilizadas vacinas que possuem melhor custo/benefício, e não as que proporcionam a proteção mais ampla possível ou as que possuem menor risco de reações adversas. É comum também a restrição da aplicação de vacinas apenas às faixas etárias mais vulneráveis à doença, excluindo outras que também poderiam se beneficiar da imunização de alguma forma.
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A rede privada, por sua vez, busca complementar a oferta do PNI, geralmente seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). O calendário da SBIm preconiza um esquema otimizado de vacinação buscando a melhor proteção em caráter individual, considerando as necessidades, as condições de saúde e os interesses de cada pessoa.
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Assim, os calendários vacinais do SUS e da rede particular diferem, principalmente, nos seguintes aspectos:
- Número de doses e de picadas de agulha necessárias para completar alguns esquemas de imunização: a rede privada oferece maior número de vacinas combinadas, diminuindo o número de injeções necessárias;
- Risco de apresentação de reações adversas após administração das vacinas: formulações que provocam muito menos efeitos colaterais estão presentes nas vacinas particulares;
- Número de cepas ou variantes de agentes infecciosos abrangidos por alguns imunógenos: imunizantes que protegem contra um número maior de sorotipos do mesmo patógeno oferecem proteção mais ampla e estão disponíveis na rede privada;
- Faixas etárias a que se estende a recomendação de aplicação de alguns imunizantes: no setor privado, a restrição de idade para aplicação das vacinas é menor, sendo ampliada a possibilidade de imunização de para um número maior de pessoas que também podem ser beneficiadas pela vacinação.
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>> Saiba mais detalhes em: Vacinas da rede pública x Vacinas da rede privada
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- BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Imunização. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao. Acesso em: 09/02/2023.
- SBIm. Sociedade Brasileira de Imunização. Calendários de Vacinação. Disponível em: https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao. Acesso em: 09/02/2023.