Por que priorizar a PCR para o Diagnóstico do HPV?

O Papilomavírus Humano (HPV) é responsável pela Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais frequente no mundo. Cerca de 200 HPVs diferentes já foram descritos, sendo alguns mais associados com infecções na  mucosa bucofaríngea e outros com mucosa anogenital, além de alguns ubíquos. Suas manifestações são bem diversas, e guardam relação com o tipo do vírus e o local onde se encontram. 

Usualmente as lesões são brandas e se resolvem espontaneamente em pacientes imunocompetentes, mas em gestantes e pessoas com baixa imunidade podem se intensificar. São lesões verrucosas (condilomas acuminados) constituídos por papilomas únicos ou múltiplos em locais como o pênis, a vulva, o colo do útero, a vagina, o períneo, região anal e orofaringe. 

A maior preocupação no que concerne ao HPV é sua característica oncogênica, pois vários tipos já foram associados com cânceres. O mais conhecido é o câncer cervical (colo de útero), mas também aumenta a probabilidade de neoplasias na vagina, pênis, boca e ânus (sendo que para esse último o HPV é o maior agente causador). 

É importante que o diagnóstico do HPV seja capaz de detectar se  variantes mais oncogênicas do HPV estão presentes, bem como a localização da infecção.  Neste texto abordaremos sobre o diagnóstico do HPV, com foco na comparação das duas ferramentas mais modernas: Captura Híbrida x PCR

Como é feito o diagnóstico do HPV?

Os diagnósticos que classicamente são relacionados ao HPV são aqueles que rastreiam as suas manifestações. O mais conhecido é o Papanicolau, teste de citologia oncótica que rastreia células malignas ou pré-malignas do colo do útero. É um exame fundamental para o diagnóstico e acompanhamento do câncer, mas apresenta uma sensibilidade entre 50% e 60%, pois pode deixar escapar casos de lesões precursoras e situações em que o HPV está latente, sem alterações celulares visíveis microscopicamente.  

Para suprir essa demanda, os testes moleculares estão sendo incorporados para que o diagnóstico seja precoce e assertivo. Atualmente existem quatro técnicas moleculares principais para a pesquisa do HPV: hibridização in situ, hibridização molecular, captura híbrida e PCR (com suas variações). A hibridização in situ tem se tornado obsoleta devido a baixa sensibilidade, pois detecta o vírus quando este está presente em mais de dez cópias por célula. Já a hibridização molecular apresenta boa sensibilidade até certo ponto, pois se aumentada em demasia para a análise de lesões mais iniciais pode perder especificidade, devido à reação cruzada entre as sondas. Portanto, as duas mais utilizadas, devido a maior sensibilidade e especificidade são captura híbrida e PCR em tempo real.

A captura híbrida é uma técnica em que sondas de RNA hibridizam com o DNA do vírus HPV, e esses híbridos são capturados por anticorpos específicos, em microplacas previamente sensibilizadas. Para a realização do ensaio, são coletadas células obtidas de escovado do trato genital masculino e feminino ou a partir de material de biópsia. O teste tem duas sondas, uma para os tipos de HPV de baixo risco oncogênico e outra para os de alto risco. Apresenta alta sensibilidade, atingindo a marca de 5000 cópias/ml (mais de dez cópias de DNA viral por célula), e especificidade que varia entre 78% e 93%. 

A PCR em tempo real é a otimização da técnica de Reação em Cadeia Polimerase convencional. Faz-se a extração do material genético da amostra a ser analisada e seu material genético é amplificado em equipamento termociclador. A especificidade do PCR em tempo real para o HPV varia entre 93% e 100%, enquanto a sensibilidade é de 10 cópias/ml (menos que 1 cópia de DNA viral por célula).

Comparação entre a PCR e a captura híbrida para HPV

Das diversas técnicas moleculares existentes, a captura híbrida e a PCR em tempo real são as mais realizadas para o diagnóstico do vírus HPV, pois são mais práticas e apresentam melhor custo-benefício que as demais. A captura híbrida ainda é a mais utilizada, e é bem mais sensível que as técnicas citológicas tradicionais, como o Papanicolau. Entretanto, a PCR tem emergido nos últimos anos como uma metodologia mais completa e precisa.

A PCR tem diversas vantagens sobre a captura híbrida. O fato de promover a amplificação do material genético em detrimento da hibridização daquele já existente, confere uma sensibilidade muito maior. Isso é relevante principalmente para a detecção do vírus quando esse está em uma quantidade muito baixa nas células, em lesões precursoras do câncer por exemplo.

Quanto à especificidade, a PCR tem sido considerada mais precisa do que a captura híbrida, na maioria dos estudos. Isso quer dizer que há menos chances de haver resultados falso-positivos ou falso-negativos. Ou seja, o resultado encontrado tem maior possibilidade de ser o resultado real. 

A PCR é ainda capaz de individualizar a detecção dos vírus, discriminando os tipos de HPV, enquanto a captura híbrida apenas informa se o tipo encontrado é de baixo ou alto risco para o desenvolvimento do câncer. O fato da maioria das etapas da PCR serem automatizadas confere a ela vantagens em relação à captura híbrida. A automatização reduz a chance de erro humano na técnica. Por fim, de maneira geral, a PCR dura menos tempo do que a captura híbrida. 

Conclui-se que ambas as técnicas são de grande valia para o diagnóstico do HPV e prevenção dos cânceres causados por ele, mas a PCR em tempo real é considerada o padrão ouro.

A TARGET oferece o exame de PCR em tempo real qualitativo para detecção de vírus HPV, com detecção otimizada de 14 HPVs de alto risco, relatados como: HPV16, HPV18/45 ou Outros (31, 33, 35, 52, 58, 51, 59, 39, 56, 66, 68). 

Saiba mais sobre o exame de detecção do HPV da Target.

Referências:

Silva, E.R et al. Diagnóstico molecular do papilomavírus humano por captura híbrida e reação em cadeia da polimerase. FEMINA, v.43, n.4, 2015. 

Rodrigues, A.D et al. Comparação das técnicas de captura de híbridos e PCR para a detecção de HPV em amostras clínicas. J Bras Patol Med Lab, v.45, n.6, 2009. 

Santos, M.F.S.M; Fonseca, M.G. Estudo comparativo das técnicas de PCR e captura híbrida para o diagnóstico do HPV: revisão de literatura. Rev. Eletrôn. Atualiza Saúde, v.4, n.4, 2016.

Menêses, M.R.L et al. Evolução da técnica de PCR: sua contribuição no diagnóstico da infecção por HPV. Rev. Ciênc. Méd. Biol, v.18, n.3, 2019.

Vidal, F.C.B et al. Análise crítica dos métodos moleculares para detecção do papilomavírus humano: revisão da literatura. FEMINA, v.40, n.5, 2012. 

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