SARS-CoV-2: O que sabemos sobre as variantes?

Por Lucas Botelho 10/06/2021

Enquanto a pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2 continua, uma palavra vem aparecendo cada vez mais em todos os canais de mídia: variante.

Cada variante é composta de uma coleção de mutações capazes de modificar algum aspecto viral. Para SARS-CoV-2, elas são classificadas como: variantes de preocupação, que são aquelas de maior risco de transmissibilidade ou de maior gravidade da doença  – Alfa (B.1.1.7), Beta (B.1.351), Gama (P1) e Delta (B.1.617.2) – e variantes de interesse, que é preciso ficar atento ao comportamento das mesmas – Epsilon (B.1.427/B.1429), Zeta (P.2), Eta (B.1.525), Theta (P3), Iota (B.1.526) e Kappa (B.1.617.1). Esta denominação por letras gregas foi recentemente proposta pela OMS como forma de reduzir xenofobia com relação ao país que identificou a variante pela primeira vez e facilitar a comunicação sobre elas. 

Mas, afinal, de onde vêm estas mutações?

Os vírus se reproduzem através da multiplicação do seu material genético (RNA no caso de SARS-CoV-2) dentro da célula do hospedeiro. Essa multiplicação é análoga a um xerox de um documento: assim como o original pode apresentar pequenas imperfeições ou inconsistências, as novas cópias também podem. Logo, quanto mais cópias são realizadas, mais chances de pequenas imperfeições ocorrerem e se acumularem.

Estas imperfeições (ou mutações), em sua maioria, não mudam em nada o fenótipo (manifestação observável do material genético) viral ou podem até mesmo ser desvantajosas! Entretanto, alguns eventos mutacionais podem culminar em uma maior transmissibilidade e infectividade do vírus. Dessa maneira, o conjunto de mutações que alteram a biologia do vírus formam as chamadas Variantes de Preocupação (VOC). 

Quais são estas mutações e o que elas oferecem a essas variantes?

   Uma mutação comum a quase todas as variantes é a D614G, que afeta a proteína Spike do vírus – relacionada à primeira fase de adsorção às células do hospedeiro e é a região mais imunogênica do SARS-CoV-2. Nesta, a mudança de apenas um aminoácido aumenta a infectividade do vírus. A mutação N501Y, também da proteína Spike, está associada a uma transmissibilidade maior e é encontrada nas variantes do Reino Unido (Alfa), Sul-Africana (Beta) e Brasileira (Gama). Dessa maneira, como a taxa de transmissibilidade de algumas variantes é maior, há uma vantagem competitiva em relação às demais, tornando-se mais prevalente em uma população, sendo inclusive mais reportadas em dados epidemiológicos e de notificação da doença. Outras mutações, como a E484K, podem, inclusive, estar relacionadas a uma evasão do sistema imunológico.

A vacina funciona para todas as variantes?

Temos ainda poucos estudos revisados por pares sobre essa questão, mas até o momento, sim! Apesar de algumas variantes serem mais evasivas aos anticorpos gerados por estas vacinas, estudos na África do Sul com a Pfizer e no Brasil com a CoronaVac demonstram que a proteção reduzida contra a infecção por algumas das variantes não torna insuficiente a proteção contra as formas mais graves de infecção (ou seja, aquelas resultando em hospitalização ou morte), proteção que ainda se provou robusta em mais de 90% dos casos. 

Como evitar o surgimento de novas variantes?

Evitar o surgimento de variantes em vírus como o SARS-CoV-2 é praticamente impossível. Entretanto, é possível reduzir bastante a velocidade com que estas surgem, reduzindo a proliferação do vírus. Devido à transmissão deste vírus ocorrer principalmente pelo contato próximo entre pessoas, as melhores armas que temos são as medidas sanitárias que evitem esta propagação, como distanciamento social, uso de máscaras, álcool em gel e vacinação. Se o vírus não consegue se espalhar e criar novas cópias, estas variantes serão cada vez menos frequentes!

Em caso de estar positivo para COVID-19, é possível identificar qual variante está me infectando?

  Sim! Para isso realiza-se um teste similar ao RT-PCR tradicional ou um sequenciamento total da proteína Spike, que procurem por estas imperfeições ou mutações específicas para cada variante. O conjunto destas modificações será analisado e você saberá qual variante está causando a infecção.

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Revisão: v2 (31/05/2022)