Recentemente, acompanhamos o ressurgimento de uma doença que já havia sido dada como eliminada no Brasil, o sarampo, bem como a ameaça do retorno da poliomielite, rubéola e difteria. Isso vem acontecendo não por falta de vacinas, mas sim porque uma parte da população não têm se atentado para a importância da vacinação.
No entanto, algumas dessas doenças são potencialmente graves e podem deixar sequelas permanentes ou mesmo levar a óbito.
Neste artigo você vai descobrir quais são algumas das doenças que podem ser evitadas com a vacinação, assim como entender a importância da imunização.
Acompanhe!
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Afinal, como as vacinas funcionam?
A imunização é o processo no qual o organismo torna-se competente para lidar com agentes infecciosos (vírus, bactérias ou outros microrganismos) , sem ficar doente, ou adoecendo com menor gravidade. Esse processo pode ocorrer por meio da exposição natural a esses agentes, pela administração de vacinas ou também pela imunização passiva.
A imunização natural acontece quando um agente invasor entra no organismo e traz consigo componentes chamados antígenos, que são partes do agente identificadas pelo sistema imunológico, com o objetivo de gerar uma resposta contra o microrganismo.
Após neutralizar ou destruir o agente invasor, o organismo pode desenvolver “memória imunológica” para aquele tipo de agressor. Isso significa que se a pessoa for exposta ao mesmo patógeno novamente, o sistema imunológico será capaz de responder a ele de forma mais rápida e efetiva, protegendo o corpo contra essa doença específica.
De maneira semelhante se dá a imunização por meio das vacinas, que estimulam o sistema imunológico a combater um agente invasor sem causar a doença. Para isso, elas são produzidas com microrganismos enfraquecidos, inativados ou fragmentos desses agentes.
Dessa forma, a vacina é capaz de simular um encontro real com o microrganismo causador da doença, fazendo com que o sistema imunológico esteja preparado para responder de forma rápida e eficiente, se for exposto ao verdadeiro agente patogênico.
Assim, a imunização costuma ser classificada das seguintes maneiras:
- 👉 Imunização Ativa: ocorre quando o sistema imunológico é estimulado a produzir anticorpos para determinado antígeno. Esse tipo de imunização ativa é classificada como natural, quando ocorre por contato com o agente causador, provocando ou não o adoecimento da pessoa. Quando a imunização é obtida de forma ativa, pela vacinação, é classificada como artificial.
- 👉 Imunização Passiva: quando o organismo recebe os anticorpos prontos, a imunização é chamada de passiva. No caso da imunização passiva natural, a mãe fornece anticorpos ao bebê durante a gestação (por meio da placenta) ou após o nascimento, pelo aleitamento. Já a imunização passiva artificial é muito usada em situações em que não há tempo de se gerar uma resposta imunitária completa, como emergências com animais peçonhentos ou infecções graves. Os anticorpos são administrados diretamente no organismo, ao invés de estimular o sistema imunológico a produzi-los. A imunização passiva é temporária, pois a memória imunológica não é desenvolvida.
É importante ressaltar que a vacinação é uma abordagem segura e eficaz de prevenir doenças e controlar a disseminação de agentes infecciosos, sendo fundamental na erradicação de diversas enfermidades ao longo da história.
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>>> Veja também – Vacinas: conheça as mais importantes (e por quê)
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Doenças que você pode evitar simplesmente se vacinando!
Muitas doenças causadas por vírus e bactérias podem causar sequelas graves ou mesmo levar ao óbito, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente. No entanto, muitas dessas infecções podem ser facilmente evitáveis através do simples ato de se vacinar.
Entre as diversas doenças que podem ser evitadas com a vacinação, podemos citar:
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1. Poliomielite
A poliomielite é uma doença contagiosa, causada por vírus que pode afetar o sistema nervoso e pode causar paralisia súbita e permanente, em geral nas pernas.
Existem duas vacinas contra a poliomielite, a VPO (vacina pólio oral) – conhecida como a Vacina da Gotinha – e a VIP (vacina inativada pólio), administrada por via intramuscular. Os programas de vacinação infantil implantados no Brasil foram muito bem sucedidos, com o último caso da doença registrado em 1989. Como o vírus ainda existe em alguns locais do mundo, a doença não é considerada erradicada, e a queda da cobertura vacinal no Brasil tem alertado as autoridades quanto à possibilidade do retorno da doença.
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2. Sarampo
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, que pode causar complicações graves, como pneumonia e encefalite, e até mesmo levar a óbito, principalmente em crianças pequenas.
A vacina tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola, é eficaz na prevenção do sarampo. Recentemente a doença foi dada como eliminada no Brasil, sem registro de casos nos anos de 2016 e 2017. Mas a partir de 2018 o país voltou a registrar um grande número de casos, voltando a reduzir em 2022. Essas variações epidemiológicas nos últimos anos e a queda da cobertura vacinal têm sido um alerta para a possibilidade de novos surtos.
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3. Rubéola
A rubéola é uma doença contagiosa, causada por vírus que, na maioria das vezes, atinge crianças e provoca sintomas como febre e manchas vermelhas no corpo.
A infecção é particularmente perigosa para gestantes, pois pode causar defeitos congênitos graves ao feto, se a mãe for infectada durante a gravidez. A vacina tríplice viral, citada acima, também previne essa doença. A rubéola e a síndrome da rubéola congênita foram consideradas erradicadas no Brasil em 2015, como resultado de anos de esforços para ampliar a taxa de vacinação da população, principalmente entre mulheres jovens.
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4. Caxumba
Provocada por vírus, a caxumba é uma infecção que causa inchaço das glândulas salivares e, sem a devida prevenção, pode trazer complicações, como inflamação dos testículos (no caso dos homens) e dos ovários (nas mulheres), além de meningite viral.
Transmitida por via aérea, através de gotículas expelidas pela tosse, espirro ou fala da pessoa infectada, a caxumba também pode ser prevenida com a vacina tríplice viral. A caxumba já foi uma doença muito comum no Brasil, mas a vacinação possibilitou uma redução drástica do número de casos.
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5. Difteria
A difteria é uma doença bacteriana que afeta principalmente as vias respiratórias, como amídalas, faringe e nariz, assim como a pele, provocando o surgimento de placas branco-acinzentadas.
A infecção pode levar a complicações graves, incluindo problemas cardíacos e dificuldade respiratória, que podem ser evitadas por meio da vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa), além das vacinas hexavalentes e pentavalentes que fazem parte do calendário infantil. Apesar dos casos confirmados no Brasil nos últimos cinco anos não chegarem a uma dezena, a situação epidemiológica nos países vizinhos é bem diferente, o que reforça a importância de se manter a cobertura vacinal adequada.
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6. Tétano
O tétano é uma doença bacteriana causada por toxinas produzidas pelo bacilo tetânico, que afetam o sistema nervoso central e podem causar contrações e espasmos, dificuldade em engolir e rigidez no pescoço. A infecção entra no organismo através de feridas, lesões na pele ou pelo coto umbilical.
A forma mais eficaz de prevenir o tétano é o reforço com a vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (DTpa), além das vacinas hexavalentes e pentavalentes que fazem parte do calendário infantil.
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7. Coqueluche (pertussis)
A coqueluche é uma infecção bacteriana contagiosa, também conhecida como tosse comprida, caracterizada por ataques de tosse seca e particularmente perigosa para bebês e crianças pequenas, podendo levar à morte.
A doença pode ser evitada por meio das mesmas vacinas indicadas para a prevenção de difteria e tétano.
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8. Hepatites A e B
As hepatites A e B são infecções virais que causam mal-estar, febre baixa, dor de cabeça, fadiga, dor abdominal, náuseas e vômitos. Em situações raras podem levar à insuficiência hepática aguda. A hepatite B pode gerar outras complicações, como a cronificação da infecção, levando a cirrose e câncer de fígado. As vacinas contra as hepatite A e B são altamente eficazes na prevenção dessas doenças.
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9. Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
A Hib é uma bactéria que pode causar meningite, pneumonia e outras infecções graves em crianças pequenas. A meningite, especialmente, é uma doença grave que pode levar à morte. Após a implementação dos programas de vacinação, as meningites causadas por essa bactéria tiveram uma redução muito significativa.
As vacinas Pentavalente e Hexavalente Acelulares, que compõem o calendário dos primeiros anos de vida, trazem proteção contra essa infecção.
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10. Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus transmitido por mosquitos vetores. A doença é mais frequente em áreas de mata. Pode causar complicações renais e hepáticas e até evoluir para óbito.
A vacina para febre amarela é o método mais eficaz de prevenção da doença. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, sendo que a pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar (5) cinco anos , está indicada a dose de reforço, independentemente da idade que tiver. Essa medida está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Dúvidas comuns sobre vacinas
Apesar de trazerem tantos benefícios, ainda há muitos mitos e dúvidas sobre o funcionamento, a segurança e a eficácia das vacinas. Conheça alguns:
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Qual proteção é melhor: das vacinas ou pelo contato com as doenças?
A proteção das vacinas é melhor que a imunização pelo contato com as doenças. Isso porque, como dissemos anteriormente, as vacinas são capazes de produzir uma resposta imunológica semelhante (ou melhor) à gerada pela infecção natural, sem que o paciente precise se expor aos riscos da contaminação natural. Além disso, são formuladas para que essa proteção seja potencializada e dure o maior tempo possível.
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É seguro tomar mais de uma vacina por vez?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a maioria dos casos não há problemas em tomar diferentes vacinas de uma vez. Inclusive, a vacinação combinada é indicada para que as crianças recebam menos injeções, diminuindo assim o desconforto e o número de visitas a uma sala de vacinas.
Em alguns casos específicos, pode ser indicado um intervalo entre certas vacinas. O Ministério da Saúde recomenda que a vacina tríplice ou tetra viral não seja administrada juntamente com a de febre amarela, na primeira vacinação, devendo-se dar um intervalo mínimo de 4 semanas entre as duas vacinas.
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Todos precisam se vacinar contra gripe?
Responsável, de acordo com a OMS, por tirar a vida de 300-500 mil pessoas em todo o mundo, a gripe tem vacinação indicada para todas as pessoas, a partir dos 6 meses de idade.
O Ministério da Saúde inclui no grupo prioritário para a vacina da gripe idosos acima dos 60 anos, trabalhadores da saúde, crianças (entre 6 meses e menores de 6 anos), gestantes e puérperas, pessoas com comorbidades e deficientes permanentes. Esses grupos têm maiores riscos de complicações pela doença.
No Brasil, a vacina Influenza, fornecida pela rede pública, protege contra os três subtipos da gripe, que mais circularam no ano anterior. Já as disponíveis na rede privada protegem contra quatro subtipos.
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A Target Medicina de Precisão é referência em exames de biologia molecular no estado de Minas Gerais e trabalha com as melhores e mais modernas vacinas do mercado, tanto do Programa Nacional de Imunizações quanto as complementares, recomendadas por médicos e autoridades de saúde.