Câncer é o termo utilizado para designar uma série de patologias que têm em comum o crescimento desordenado de células. Ele é proveniente de mutações em genes específicos, os oncogenes (que normalmente se encontram inativos em condições normais), que levam a mudanças no funcionamento celular normal, podendo alterar seu processo de multiplicação e até aspectos morfológicos.
Dentre as modificações mais importantes relacionadas diretamente com o aspecto patológico do câncer está a não autolimitação dessas células que, ao contrário das células normais, não sofrem morte programada (apoptose) após terem o DNA danificado. Formam-se, então, massas celulares conhecidas como neoplasias ou tumores malignos.
O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese. Cada tipo celular origina um tipo de câncer diferente e sua nomenclatura designa justamente essa origem. Temos, por exemplo, os cânceres de pele conhecidos como carcinomas e os de tecido conjuntivo como osso, músculo ou cartilagem que são chamados de sarcomas. A importância clínica de cada tipo de câncer é muito variável. Normalmente, sua gravidade é aumentada com o desencadeamento de metástases, processo em que células cancerígenas ganham os vasos sanguíneos ou linfáticos e com isso atingem outras partes do corpo, substituindo seu tecido original.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil apresentará cerca de 704 mil novos casos de câncer a cada ano do triênio 2023-2025. Além dos fatores genéticos já inerentes a cada indivíduo, esses números estão relacionados com aumento de condições como obesidade, estresse, consumo de uma alimentação rica em gorduras e corantes, etilismo, uso indiscriminado de medicamentos como analgésicos, antiinflamatórios e antipiréticos, além de exposição à radiação solar, tendo todos esses fatores potencial mutagênico e carcinogênico. Nesse contexto, as doenças onco-hematológicas, que são aquelas em que as neoplasias ocorrem nas células sanguíneas, também têm tido incidência aumentada. Só em 2018 foram cerca de 33 mil novos casos, com 17 mil óbitos de indivíduos com esse diagnóstico.
Das doenças hematológicas relacionadas ao câncer destacam-se as leucemias, que são desordens no processo de formação das células sanguíneas. Dividem-se em linfoides e mieloides, podendo ser agudas ou crônicas.
🔹Leucemia mieloide aguda (LMA): é o tipo mais comum e mais agressivo da doença. As células tronco mielóides (aquelas que podem se diferenciar em leucócitos, hemácias e plaquetas) sofrem mutações e transformam-se em blastos, células que perdem a capacidade de se diferenciar, mas que passam a se multiplicar desenfreadamente e atrapalham o desenvolvimento das células saudáveis. Os sintomas incluem fadiga, palidez, hemorragias e baixa imunidade. Um subtipo da LMA é a leucemia promielocítica aguda, que corresponde a cerca de 10% dos casos e tem tratamento específico.
🔹Leucemia linfoide aguda (LLA): é o tipo de câncer mais comum na infância. Caracterizada pela produção desenfreada de blastos com características linfóides, mas que não chegam a se tornar linfócitos (células envolvidas na resposta imunológica) maduros e funcionais. A formação de leucócitos, hemácias e plaquetas normais é prejudicada. Entretanto, a chance de cura com um diagnóstico em tempo hábil é dos mais altos, chegando a 70% em crianças.
🔹Leucemia mieloide crônica (LMC): ao contrário das leucemias agudas não ocorre perda da capacidade de diferenciação das células, mas uma mutação na linhagem granulocítica, que gera um aumento no número de células como eosinófilos e basófilos (que fazem parte do sistema imunológico). O principal marcador dessa mutação é o chamado “Cromossomo Philadelphia”, que é resultado de uma justaposição de partes dos cromossomos 9 e 22, fazendo com que dois genes com funções distintas se misturem e passem a produzir uma proteína responsável pela patogênese da doença. A LMC é mais comum em adultos, e pode ser assintomática por muitos anos, mas o diagnóstico nas fases iniciais é fundamental, pois posteriormente a doença pode se comportar como leucemia aguda.
🔹Policitemia Vera (PV), Trombocitemia Essencial (TE) e Mielofibrose Primária (MP): igualmente à leucemia mieloide crônica são doenças mieloproliferativas, porém se diferenciam daquela por não apresentarem o “Cromossomo Philadelphia”. A Policitemia Vera se caracteriza por apresentar células sanguíneas normais e seus precursores em excesso no sangue. A Trombocitemia Essencial apresenta aumento do número de plaquetas no sangue, podendo gerar tromboses. Já a Mielofibrose Primária gera formação excessiva de colágeno na medula óssea, causando fibrose. Também é marcada por esplenomegalia (aumento do baço).A TARGET realiza diversos exames que permitem a detecção precoce de patologias onco-hematológicas, além de testes que visam ao acompanhamento dos pacientes já diagnosticados. Esses exames contribuem para um melhor prognóstico, visto que quanto antes o tratamento for iniciado maiores são as chances de cura e de evitar danos maiores, como metástases e perda de função de tecidos.
Acesse a seguir informações detalhadas sobre os exames de onco-hematologia oferecidos pela TARGET:
Mutações Do Gene CEBPA, Pesquisa Por Sequenciamento
Mutação do Gene FLT3, PCR Qualitativo
Mutações do Gene NPM1, PCR Qualitativo
Mutação V617F Do Gene JAK2, PCR Qualitativo
PML-RARa t (15,17), RT-PCR Qualitativo
-
BCR-ABL Translocação T(9,22), RT-PCR Qualitativo