As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são condições causadas por microrganismos, como vírus, bactérias, protozoários e fungos, transmitidos principalmente por meio de relações sexuais sem proteção.
Embora alguns sintomas sejam perceptíveis, como o corrimento, feridas, verrugas anogenitais, dor ao urinar e dor pélvica, muitas infecções têm a maior parte dos casos assintomáticos. Se não tratadas, as ISTs podem evoluir e elevar o risco para outras doenças.
Por isso, é fundamental que o diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis seja feito de forma precoce. E, ainda mais importante, que seja realizado corretamente.
Neste artigo, você receberá mais informações sobre as ISTs e a importância de seu diagnóstico.
Acompanhe!
ISTs ou DSTs?
Desde novembro de 2016, o Ministério da Saúde adotou o termo infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em substituição a doenças sexualmente transmissíveis (DST), com o objetivo de oferecer uma compreensão mais abrangente e precisa das condições médicas associadas a esses tipos de enfermidades.
As ISTs são causadas por microrganismos, como bactérias, vírus, protozoarios e fungos, e são transmitidas principalmente por meio do contato sexual sem proteção, seja por via vaginal, anal ou oral. Também é comum a transmissão de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação e, em alguns casos, é possível a transmissão pelo contato direto com lesões ou secreções infectadas.
A principal razão para a mudança do termo DSTs para ISTs foi o termo “doença”; algo normalmente relacionado à presença de sinais e sintomas visíveis. Muitas ISTs podem cursar de forma assintomática, trazendo dificuldades para sua identificação e facilitando a ocorrência de complicações e transmissão da doença.
Dessa forma, a nova terminologia, que também foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ajuda a evitar o estigma associado à ideia de doença e destaca a importância da prevenção e do cuidado, independentemente da presença ou não de sintomas.
Algumas das principais infecções sexualmente transmissíveis são:
- 👉 Herpes genital: causada pelo vírus Herpes simplex (HSV), principalmente o tipo 2. Normalmente causam bolhas ou pequenas úlceras dolorosas. Algumas complicações incluem meningites, encefalites e conjuntivites. A infecção é caracterizada por apresentar recorrência após períodos de latência ou inatividade.
- 👉 Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, pode progredir em três diferentes estágios. No estágio primário ocorrem feridas genitais, geralmente indolores, enquanto no secundário os sintomas são sistêmicos, como febre, mal estar e manchas pelo corpo. Nesses dois estágios a possibilidade de transmissão é maior. No terciário, que pode surgir anos após a infecção primária, ocorrem principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
- 👉 Gonorreia: infecção bacteriana causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Afeta principalmente os órgãos genitais, ânus, garganta e olhos Pode causar sintomas como corrimento, dor ao urinar e dor durante o sexo. É uma das infecções bacterianas mais prevalentes no mundo e vem trazendo preocupação à comunidade científica em função do aumento da resistência da bactéria aos antibióticos usados em seu tratamento.
- 👉 Tricomoníase: causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Afeta principalmente as mulheres, causando a vaginite por Trichomonas. Os sintomas mais frequentes sãocorrimento vaginal, coceira, irritação e desconforto durante o sexo.
- 👉 Infecção pelo HIV: transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido, compartilhamento de agulhas contaminadas, transfusão sanguínea ou de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação. O HIV ataca o sistema imunológico e torna o corpo mais suscetível a infecções e outras doenças, podendo levar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
- 👉 Papilomavírus Humano (HPV): um dos maiores causadores de ISTs. Existem diferentes subtipos do vírus HPV, alguns dos quais podem causar verrugas genitais, enquanto outros estão associados ao desenvolvimento de câncer cervical, anal e outros tipos .
- 👉 Hepatite B : das hepatites virais, a B é a mais relacionada à transmissão sexual. Também é transmitida verticalmente e por contaminação sanguínea. Pode levar a danos no fígado, cirrose e câncer hepático.
- 👉 Clamídia: causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Embora na maioria das vezes seja assintomática, é um dos principais patógenos causadores de infecções urogenitais em mulheres na idade reprodutiva. Pode afetar também os homens. Causa sintomas como corrimento, dor ao urinar e dor durante o sexo. Em mulheres, se não tratada, pode levar a complicações como doença inflamatória pélvica e infertilidade.
Apesar dos possíveis sintomas referidos a essas infecções, algumas delas podem ser assintomáticas e, dessa forma, uma pessoa pode estar infectada sem saber e, como consequência, transmitir a infecção para outros.
Por isso, a prevenção é a melhor forma de evitar as infecções, sendo que o método mais eficaz para isso é o uso de preservativos (camisinha) em qualquer relação sexual. Algumas ISTs possuem vacinas preventivas, como o HPV ou a hepatite B, que são formas importantes de proteção, mas que não dispensam o uso da camisinha.
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ISTs: importância do diagnóstico
As ISTs são condições que, quando não diagnosticadas precocemente e de forma precisa, podem acarretar sérios riscos à saúde. Isso porque podem se agravar, gerar complicações ou sequelas e serem transmitidas para outras pessoas.
Os diagnósticos por técnicas moleculares (como a PCR em Tempo Real) têm revolucionado a abordagem de doenças como as ISTs, pois têm a capacidade de investigar vários patógenos ao mesmo tempo e apresentam alta sensibilidade e especificidade.
Dessa forma, os exames moleculares passaram a ser indicados para diagnóstico de casos sintomáticos e também para o rastreamento de pessoas assintomáticas, mas que tiveram alguma exposição de risco.
Veja alguns dos principais riscos ocasionados por um diagnóstico incorreto e demorado das infecções sexualmente transmissíveis:
1. Infertilidade
Um dos riscos que homens e mulheres correm quando as ISTs não são diagnosticadas e tratadas corretamente e de forma precoce é a infertilidade.
Isso porque algumas patologias podem evoluir com o tempo e afetar a tuba uterina (caminho percorrido pelos espermatozoides até o óvulo), órgãos reprodutivos e útero, no caso das mulheres, e os testículos, no caso dos homens.
Muitas infecções sexualmente transmissíveis podem ter desdobramentos que levam à infertilidade. Dentre elas, destacam-se a clamídia e a gonorréia, que segundo a Organização Mundial de Saúde, são responsáveis por cerca de 25% dos casos de infertilidade.
2. Doença inflamatória pélvica (DIP)
A dor inflamatória pélvica (DIP) é uma condição que causa inflamação dos órgãos reprodutivos femininos, provocada pela entrada de agentes infecciosos na vagina em direção aos órgãos sexuais internos, como útero, trompas e ovários.
A DIP é mais comum em em mulheres de 15 a 35 anos, com vida sexual ativa, múltiplos parceiros e que mantêm relações sexuais sem o uso de preservativo. Infecções sexualmente transmissíveis não tratadas, como clamídia e gonorreia, podem desencadear o quadro.
3. Gravidez ectópica
Outro risco provocado por ISTs não diagnosticadas e tratadas a tempo é a gravidez ectópica. Ela ocorre quando a gestação acontece fora do útero, geralmente nas trompas uterinas. Além de não ser compatível com a sobrevivência do feto, pode causar a ruptura dessas estruturas, levando a hemorragias e até ao óbito.
A gravidez ectópica é mais frequente em mulheres que tiveram doença inflamatória pélvica, porque pode provocar cicatrizes e obstruções nas trompas de falópio, aumentando a chance de implantação do óvulo fertilizado fora do útero.
4. Risco aumentado de HIV
A pessoa que contrai uma infecção sexualmente transmissível possui risco aumentado de contaminação por HIV. Isso acontece porque a maioria das ISTs podem causar lesões ou inflamações nos tecidos genitais, facilitando a entrada de outros patógenos no organismo.
Alguns fatores ocasionados por ISTs não tratadas podem contribuir para o aumento do risco de HIV, como danos e inflamações na mucosa genital. Além disso, o sistema imunológico enfraquecido por infecções, como a sífilis, pode diminuir as defesas do organismo contra o HIV.
No mesmo sentido, uma pessoa HIV positivo que também possui outra IST pode ter aumento da carga viral no sêmen e fluidos genitais, aumentando o risco de transmissão do vírus para um parceiro sexual.
5. Problemas neurológicos
Embora seja menos comum, algumas infecções sexualmente transmissíveis também podem afetar o sistema nervoso, causando problemas neurológicos.
Entre elas, podemos citar a sífilis, que é causada pela bactéria Treponema pallidum e, quando não tratada, pode progredir para a chamada sífilis neurológica, ou neurossífilis, e acarretar problemas como meningite, paralisia, problemas de coordenação, alterações de humor e demência.
Além disso, o HIV também pode afetar o sistema nervoso central, causando sintomas semelhantes aos de meningite, distúrbios cognitivos e até demência em indivíduos jovens.
O vírus da herpes genital (HSV-2), transmitido principalmente por contato sexual, é outro que pode se espalhar para o sistema nervoso, causando encefalite herpética. Essa condição é caracterizada por inflamação aguda do cérebro e pode levar a problemas graves, que incluem convulsões, dificuldades de fala, confusão mental e alterações de comportamento.
6. Risco maior de câncer
Certas ISTs, se não diagnosticadas corretamente e tratadas a tempo, aumentam o risco para desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Isso acontece porque essas infecções podem causar inflamações crônicas, danos ao DNA das células ou promover o crescimento de células anormais.
Entre as principais ISTs relacionadas ao risco de câncer, está o papilomavírus humano (HPV). Cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero estão associados ao HPV, e as lesões precursoras causadas pela infecção também podem provocar câncer na vagina, ânus, pênis, garganta e boca.
O vírus da hepatite B (HBV) pode causar cirrose hepática e evoluir para câncer de fígado, também chamado carcinoma hepatocelular. Pessoas contaminadas pelo HIV têm risco maior de desenvolver cânceres como o sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer anal.
Por que os painéis moleculares têm sido tão importantes?
Os painéis moleculares são recursos extremamente úteis para um diagnóstico rápido e preciso das ISTs, pois utilizam técnicas da biologia molecular, como a reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR), que permitem a detecção precisa, simultânea e ágil de múltiplos patógenos em uma única amostra.
O exame também possui alta sensibilidade e especificidade, o que permite uma detecção precisa mesmo com baixas concentrações de material genético do patógeno, e um diagnóstico mais confiável, pois reduz a chance de resultados falsos positivos ou negativos.
Além disso, os painéis moleculares fornecem resultados de forma rápida, em questão de horas. Isso é fundamental, pois o diagnóstico precoce permite que o tratamento seja iniciado logo, evitando complicações graves e prevenindo a disseminação das infecções.
Conheça os painéis para infecções sexualmente transmissíveis oferecidos pela Target Medicina de Precisão:
👉Painel Molecular de Infecções Sexualmente Transmissíveis
👉Painel Molecular Ampliado para Infecções Sexualmente Transmissíveis
👉Painel Molecular para Clamídia e Gonorreia
👉Chlamydia trachomatis, PCR qualitativo
👉Neisseria gonorrhoeae, PCR qualitativo
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