A meningite é uma inflamação que atinge as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, o que faz com que seus sintomas característicos sejam as fortes dores de cabeça e a rigidez do pescoço. A doença, considerada endêmica no Brasil, tem evolução rápida e pode se agravar em questão de horas, podendo levar ao óbito. Por isso, é fundamental que o diagnóstico e o tratamento sejam realizados o mais rápido possível.
Neste artigo, você vai descobrir quais são os riscos da meningite, assim como os métodos mais eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Acompanhe!
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O que é e como se pega a meningite?
Organizadas em camadas, as meninges são membranas que revestem o encéfalo, protegendo o cérebro e a medula espinhal contra danos causados por impactos. Quando ocorre inflamação das meninges, a doença causada é chamada de meningite.
Causadas por vírus, bactéria ou fungos, as meningites infecciosas são doenças potencialmente graves, que podem provocar sérias sequelas ou até mesmo a morte. Apesar de poderem atingir pessoas de qualquer idade, as meningites são mais comuns em bebês e crianças menores de 5 anos, devido à imaturidade de seu sistema imunológico.
Os principais sinais e sintomas de meningite variam de acordo com o tipo de patógeno causador e com a faixa etária do paciente, mas caracteristicamente incluem fortes dores de cabeça e rigidez no pescoço, verificada pela dificuldade de encostar o queixo no peito. Além disso, outros indicativos podem ser:
- – Febre alta, acima de 38 ºC;
- – Náusea e vômito;
- – Hipersensibilidade à luz;
- – Sonolência excessiva (prostração);
- – Confusão mental e dificuldade de concentração;
- – Convulsões.
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Bebês e crianças pequenas ainda podem apresentar moleira tensa, com aparência estufada, irritabilidade e inquietação com choro agudo e persistente e dificuldade para movimentar a cabeça. É fundamental que as meningites sejam diagnosticadas o mais cedo possível. Dessa forma, o tratamento pode ser iniciado rapidamente e reduzir o risco de complicações mais graves. Os principais tipos de meningites são:
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1 – Meningite viral
As meningites virais são aquelas causadas por vírus, sendo que a maioria dos casos se deve ao grupo dos enterovírus, especialmente os poliovírus, os echovírus e os coxsackievírus dos grupos A e B. O grupo dos herpesvírus também são patógenos que se destacam nesse contexto, incluindo os herpes simplex 1 e 2, o vírus da varicela-zóster, o citomegalovírus, o vírus Epstein-Barr e o herpes humano do tipo 6. Essa variação da doença é mais comum no verão e na primavera e costuma atingir pessoas menores de 5 anos. Normalmente evolui de forma benigna, e o próprio organismo consegue curar a inflamação.
2 – Meningite bacteriana
Já as meningites bacterianas são causadas por bactérias que conseguem atingir o sistema nervoso central. Essa versão é mais grave que a meningite viral.
As causas mais comuns em bebês e crianças de menos idade costumam ser três bactérias: Estreptococos do grupo B, especialmente Streptococcus agalactiae; Escherichia coli e Listeria monocytogenes. A bactéria Haemophilus influenzae tipo b (Hib) também possui importante potencial de causar meningites em crianças menores de 5 anos. Um detalhe importante nos casos de meningites bacterianas em recém-nascidos é que, caso ocorra nas primeiras 48 horas após o parto, provavelmente foi causada por uma bactéria adquirida da mãe.
Já nos casos de crianças maiores e adultos, as causas mais frequentes costumam ser as bactérias Neisseria meningitidis (conhecida como meningococo, que causa a meningite meningocócica) e a Streptococcus pneumoniae (conhecida como pneumococo, que causa a meningite pneumocócica).
3 – Meningite fúngica
As meningites fúngicas são mais raras e, quando ocorrem, são causadas por fungos oportunistas comuns no ambiente, mas capazes de atingir pessoas que estão com sistema imunológico enfraquecido. Portadores de doenças crônicas, pessoas vivendo com HIV, pacientes em tratamento oncológico ou em uso de medicamentos imunossupressores e idosos têm mais chances de desenvolver a condição. Os principais fungos causadores dessa versão da meningite são: Cryptococcus spp, Coccidioides posadasii, Aspergillus spp e Candida spp.
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Meningite: riscos e complicações
Por atacar o sistema nervoso central, as meningites podem causar graves complicações ao paciente podendo ser temporárias ou permanentes. São exemplos de possíveis sequelas das meningites:
- – Perda total ou parcial da audição e visão.
- – Epilepsia.
- – Problemas de memória e concentração.
- – Dificuldade de aprendizagem, inclusive em adultos.
- – Atraso no desenvolvimento motor, com dificuldades para andar e se equilibrar.
- – Paralisia de um ou ambos os lados do corpo.
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Prevenção da meningite
A maneira mais eficaz de se prevenir contra a meningite é através da imunização por vacinas que protegem contra os principais microrganismos causadores da doença. Conheça as vacinas disponíveis hoje para tratar as diferentes formas de meningite:
- – Meningocócica ACWY: Previne a infecção pela bactéria Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, C, W e Y, que podem causar meningite, sepse e outras infecções graves. Por sua eficiência, muitas vezes é preferível sua aplicação no lugar dos reforços da vacina Meningocócica C. Conheça seu esquema vacinal clicando aqui.
- – Vacina pneumocócica 13-valente conjugada: Protege contra a infecção por 13 sorotipos do pneumococo, que é importante causador de doenças respiratórias (como pneumonia e sinusite), otite, meningite e doenças invasivas pneumocócicas na primeira infância e em pessoas imunossuprimidas. Conheça seu esquema vacinal clicando aqui.
- – Hexavalente acelular: combinada à DTPa previne simultaneamente doenças como difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras causadas pelo Hib (Haemophilus influenzae tipo b), além de poliomielite e hepatite B. Conheça seu esquema vacinal clicando aqui.
- – Pentavalente: combinada à DTPa, também previne difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras doenças causadas pelo Hib (Haemophilus influenzae tipo b) e poliomielite. A indicação é ser aplicada intercalada com a Hexavalente acelular. Conheça seu esquema vacinal clicando aqui.
- – Meningocócica B: protege contra meningites e outras infecções invasivas graves pelo meningococo do sorogrupo B, o mais predominante entre as crianças. Conheça seu esquema vacinal clicando aqui.
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Diagnóstico e tratamentos para meningite
O diagnóstico das meningites é feito inicialmente através da avaliação clínica dos sintomas, sendo comum o uso de exames de sangue, urina e de imagem. No entanto, a forma mais eficaz para o diagnóstico da doença é a análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), popularmente conhecido como líquor, que circula pelo cérebro e pela medula espinhal. Uma dessas análises é feita por meio do exame quimiocitológico do LCR, em que são observadas diversas características da amostra retirada do paciente, como coloração, contagem de células e dosagens de glicose, proteínas e outras substâncias.
Outro exame é chamado de Bacterioscopia Direta, que possibilita a identificação do agente causador da doença por meio de um corante que consegue visualizar diversos atributos das bactérias. Além disso, o exame de Cultura de LCR, considerado padrão-ouro para o diagnóstico da meningite bacteriana, consiste em utilizar a amostra de líquor do paciente e criar um ambiente propício para que a bactéria causadora se desenvolva, tornando possível a identificação precisa do patógeno cultivado. No entanto, esse é um exame que costuma demorar alguns dias para a obtenção dos resultados.
Em um contexto clínico em que cada hora perdida aumenta o risco de agravos e de sequelas, exames que permitam a identificação do patógeno causador em menor tempo são especialmente importantes. Nesse sentido, exames de biologia molecular têm sido uma revolução, como veremos adiante.
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Painel molecular: uma revolução!
Apesar de os exames acima continuarem sendo importantes para o diagnóstico das meningites, os médicos – e as famílias – hoje podem contar com uma opção muito moderna e precisa para o seu diagnóstico, especialmente em casos de difícil definição: os Painéis Moleculares. Quando investigam infecções, esses painéis permitem a análise simultânea da presença de diversos patógenos em uma única amostra. Utilizando ferramentas de biologia molecular, esses exames possuem resultados muito acurados, altamente confiáveis e liberados em pouquíssimas horas.
O exame pode analisar dezenas de alvos em um único painel, dependendo do objetivo do teste e da condição de saúde em questão. Seus principais benefícios incluem:
- – diagnósticos mais precoces;
- – maior precisão nos resultados (alta sensibilidade e especificidade);
- – cobertura simultânea de diversos possíveis patógenos.
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Por meio de uma amostra de líquor, os painéis moleculares para neuroinfecções da Target conseguem detectar vírus, bactérias e fungos causadores de meningite, com resultados liberados em no máximo 24 horas, o que é essencial para a definição do tratamento adequado e redução do risco de sequelas e morte.
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