Painéis moleculares: o que são e para que servem?

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Para entender o que são os painéis moleculares é preciso compreender o que é, e em que se baseia, a chamada Biologia molecular.

Biologia molecular é o nome dado à área da biologia em que são estudadas as interações entre DNA, RNA e proteínas, e também o impacto dessas interações nos seres vivos. De forma bem simplificada, é possível dizer que essa ciência busca compreender em uma escala mínima (em nível de molécula) diversos eventos biológicos que impactam os seres vivos em uma escala macro.

Trata-se de uma área que se sobrepõe a diversas outras e que possui aplicabilidade bem variada. Na medicina, a Biologia molecular pode ser utilizada, por exemplo, como ferramenta para o diagnóstico de diversos tipos de doenças de origem genética (como cânceres e outras condições hereditárias) ou de origem infecciosa (causadas por microrganismos como vírus, bactérias, fungos e protozoários).

Um exemplo de doença diagnosticada através da Biologia Molecular é a Covid-19. Nos últimos anos, a RT-PCR de Covid-19 foi diversas vezes citada na mídia, que destacou a importância de sua aplicação por ser o teste mais sensível e confiável para detecção da infecção pelo vírus SARS-CoV-2.

Os painéis moleculares estão entre as ferramentas diagnósticas, baseadas na Biologia Molecular, que mais crescem em relevância e aplicabilidade. 

Saiba mais sobre o assunto a seguir!

Diagnóstico molecular de infecções: como funciona?

O diagnóstico de doenças utilizando a Biologia Molecular se baseia no uso de técnicas que permitem a detecção de moléculas de DNA ou de RNA, que sejam marcadores para a condição que está sendo investigada. 

Para ser um bom marcador, o material genético pesquisado deve ser como uma assinatura específica, que permite a identificação precisa de uma condição genética ou de um microrganismo em uma amostra.

Saiba mais – A importância do diagnóstico molecular

O uso da Biologia Molecular para o diagnóstico de uma doença infecciosa funciona assim:

A pessoa doente procura atendimento médico e, avaliando os sintomas apresentados, o clínico considera o microrganismo (vírus, bactéria, fungo ou protozoário) que pode causar aquele quadro de adoecimento. 

O médico, então, solicita exames capazes de detectar especificamente aquele microrganismo provável em uma amostra colhida do paciente (que pode ser de diferentes tipos de materiais, normalmente retirados da região corporal mais acometida pela doença).

No laboratório de Biologia Molecular essa amostra é analisada por técnicas que buscam o material genético específico (DNA ou RNA) do microrganismo que o médico suspeitou estar causando a doença. Quando esse material genético é encontrado na amostra, a presença do microrganismo é confirmada. Quando ele não pode ser encontrado, a presença desse patógeno específico é descartada e a causa da doença não é esclarecida por aquele exame.

Sabe-se, no entanto, que microrganismos distintos podem causar sintomas semelhantes, levando a quadros de adoecimento indistinguíveis somente por avaliação clínica. Esses quadros podem acometer os tratos respiratório, gastrointestinal, neurológico, geniturinário e reprodutivo, por exemplo.

💡É justamente na ocorrência desses quadros de difícil diferenciação clínica que os Painéis moleculares se encaixam melhor e têm maior aplicabilidade. 

Saiba mais – Painel molecular para meningite: saiba por que esse exame é tão importante!

O que são painéis moleculares?

Painel molecular é o nome dado ao tipo de ferramenta diagnóstica que utiliza a Biologia Molecular para a análise simultânea de vários alvos, potencialmente relacionados a um conjunto de sintomas ou tipo de doença, o que aumenta as chances de se alcançar um diagnóstico definitivo utilizando um só exame.

Em sua maioria, os painéis utilizam técnicas de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT), como a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) Multiplex, em que várias regiões diferentes do material genético presente em uma amostra são amplificadas ao mesmo tempo, em um mesmo sistema. Painéis baseados nesse tipo de técnica podem ser utilizados para a investigação de doenças genéticas e infecciosas.

É possível também a utilização de técnicas de sequenciamento genético para a realização dos painéis moleculares. Nesse caso, regiões do DNA do indivíduo são pré-selecionadas e têm sua sequência definida e analisada em busca de variações que possam ser relacionadas à determinada suspeita clínica. 

Esses painéis são utilizados para investigação de doenças genéticas, como cânceres, por exemplo.

Quais as vantagens dos painéis moleculares?

Os painéis moleculares trouxeram diversos benefícios para a investigação, diagnóstico e tratamento de várias condições de saúde, mas como principais vantagens podemos citar:

1. Menor volume de amostra necessário

Os painéis moleculares permitem a realização de vários testes a partir de uma única amostra, minimizando a quantidade de material necessário para o exame. 

Para determinadas amostras que são mais raras (menos abundantes) e de coleta mais difícil, como líquor ou humor aquoso, por exemplo, o volume pode ser um importante limitante, impedindo a realização de diversos testes isoladamente.

2. Ampla cobertura de alvos, sem múltiplos testes específicos

A prescrição de painéis moleculares supera a dificuldade médica de precisar selecionar diversos tipos de exames isolados para investigação completa de todas as possibilidades que se encaixam na suspeita clínica.

3. Menor tempo para o resultado

Comparando-se com o tempo necessário para realização de múltiplos testes isolados, os painéis moleculares requerem um prazo bem menor.

O tempo para processamento da amostra para um painel molecular costuma ser bastante reduzido em comparação com outros métodos de Biologia Molecular ou microbiológicos tradicionais. 

Esse tempo reduzido, especialmente em casos mais complexos ou de maior gravidade, ajuda o médico a definir de forma mais assertiva e coerente a conduta adotada, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento escolhido, reduz gastos desnecessários com internações, medicações e outras intervenções e, por consequência, melhora a experiência vivida pelo paciente.

O Painel Molecular Ampliado para Meningites e Encefalites Filmarray, da Target, por exemplo, possui prazo máximo de 4 horas para a liberação do resultado, apoiando o manejo clínico adequado de pacientes com quadros neurológicos graves e urgentes. 

👉Conheça um caso real de aplicação dos painéis moleculares, na investigação de quadro de meningite em uma criança, clicando aqui.

4. Maior capacidade de detectar coinfecções

É relativamente comum que dois ou mais patógenos infectem simultaneamente um mesmo indivíduo ou amostra, podendo alterar, por exemplo, a intensidade dos sintomas apresentados. 

O uso de painéis moleculares, que detectam e identificam diversos microrganismos ao mesmo tempo, permite o diagnóstico de coinfecções, diferente da testagem isolada de um ou outro agente. 

Durante a pandemia, entre 2021 e 2022, a chamada Flurona (coinfecção entre os vírus causadores de Covid-19 e gripe) foi motivo de preocupação. 

👉Conheça um caso real de uso de painel molecular triviral na detecção de coinfecções, para o diagnóstico simultâneo de Covid-19 e Influenza, clicando aqui.

Principais aplicações dos painéis moleculares

Utilizando as ferramentas de Biologia Molecular, é possível desenvolver painéis moleculares para a investigação de qualquer conjunto de alvos de interesse. Para que esses conjuntos façam sentido no diagnóstico de uma condição de saúde, esses alvos costumam ser agrupados conforme tipos de sintomas e quadros de adoecimento a serem investigados.

Para o diagnóstico de doenças infecciosas, os painéis moleculares buscam o material genético de patógenos que sabidamente causam infecção e doença em determinado órgão ou parte do organismo. 

Alguns exemplos desses tipos de painéis moleculares são:

Painéis para patógenos respiratórios

Sintomas respiratórios como tosse, coriza, febre, congestão nasal e dor de garganta são comumente associados a infecções por diversos tipos de patógenos, principalmente vírus e bactérias. São, portanto, quadros de difícil diferenciação clínica, que podem ter gravidade variável. 

O tratamento de escolha para infecções respiratórias varia conforme o agente microbiano associado, sendo a identificação do causador uma forma de subsidiar a adoção da conduta terapêutica mais adequada a cada caso. 

Painéis moleculares são, portanto, ferramentas extremamente úteis nesses casos, cobrindo os principais patógenos associados a esses tipos de doença.

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Painéis para patógenos neurológicos

Meningites e encefalites são doenças que acometem estruturas do sistema nervoso central. Com evolução rápida e imprevisível, podem ser desencadeadas, entre outros motivos, por agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungos. 

São consideradas graves e de difícil diferenciação clínica (os sintomas apresentados são muito semelhantes) e a identificação rápida e precisa da causa associada a cada caso é essencial para aumentar as chances de sucesso da abordagem clínica adotada. 

A utilização de painéis moleculares capazes de identificar os patógenos mais comumente associados a essas doenças pode, portanto, fazer toda a diferença na história dos pacientes acometidos.

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Painéis para patógenos sexualmente transmissíveis

Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por bactérias, protozoários, fungos ou vírus que induzem quadros clínicos de gravidade e características variáveis e podem ser sintomáticos ou não. 

Ocorrem com alta frequência na população sexualmente ativa, sendo verificados, muitas vezes, sintomas inespecíficos que dificultam o estabelecimento de diagnósticos baseados exclusivamente em critérios clínicos. 

Painéis moleculares para essas infecções permitem o rastreio de patógenos com alto nível de sensibilidade e especificidade, o que apoia a definição de aspectos-chave da conduta médica adotada em cada caso. 

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Painéis para patógenos gastrointestinais

Quadros de diarreia podem estar associados a inúmeros patógenos, sendo impossível a identificação etiológica definitiva por critérios exclusivamente clínicos

A determinação da causa específica de adoecimento pode definir aspectos importantes da conduta médica adotada (tratamento, necessidade de isolamento), sendo especialmente importante para os indivíduos mais suscetíveis a quadros diarreicos mais graves. 

Painéis moleculares para patógenos gastrointestinais são, portanto, ferramentas extremamente úteis na prática clínica.

Painéis para arbovírus

Transmitidas pelo mesmo mosquito vetor (Aedes aegypti), dengue, zika e chikungunya são doenças de características clínicas similares na maioria dos casos, sendo importante o uso de ferramentas diagnósticas capazes de diferenciá-las de forma eficaz.

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Painéis para infecções no sangue

Sepse é o nome dado a uma condição clínica grave, iniciada pela presença de um agente infeccioso na corrente sanguínea. Pode ser causada por diversos patógenos, entre os quais se destacam bactérias e fungos. 

As características biológicas e genéticas do patógeno causador determinam qual a abordagem mais adequada e eficaz para combatê-lo. 

Nesse contexto, a identificação específica e rápida do agente infeccioso envolvido em cada caso, por exemplo através de um painel molecular, pode ditar as chances de vida ou morte do indivíduo acometido, uma vez que aumenta as chances de que o tratamento utilizado tenha sucesso.

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Painéis para diagnóstico/rastreio de doenças genéticas

Para investigar condições de origem genética – como casos de câncer – os painéis moleculares na maioria das vezes buscam mutações no DNA que são sabidamente relacionadas ao maior risco de desenvolver a doença investigada. 

Costumam ser recomendados quando há histórico individual ou familiar que indique investigação mais aprofundada de determinadas doenças. 

Alguns exemplos desses tipos de painéis moleculares são:

Painéis para câncer de mamas e ovários: Detecta alterações em genes, como BRCA1 e BRCA2, cuja mutação está fortemente associada ao câncer hereditário desses órgãos. É recomendado, principalmente, para mulheres diagnosticadas com a doença antes dos 45 anos de idade e para quem possui parente próximo já diagnosticado. O rastreio desse tipo de alteração genética permite a adequação das estratégias de vigilância e prevenção das doenças associadas para a pessoa avaliada e para seus familiares.

Painéis para câncer colorretal: Detecta mutações patogênicas presentes em genes, como APC, MLH1 e MSH2, associados a 5-10% dos casos de câncer colorretal. É recomendado para pessoas diagnosticadas com a doença avançada e para parentes próximos. Permite a adoção de medidas de prevenção e rastreio que favorecem o diagnóstico precoce e minimizam o risco da doença.


A Target Medicina de Precisão oferece uma ampla gama de painéis moleculares para diagnóstico de infecções, apoiando médicos e pacientes na busca por diagnósticos precisos e confiáveis.

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Painéis moleculares: o que são e para que servem?

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Revisão: v2 (31/05/2022)